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"Não posso dizer que tenha corrido mal", Miguel Relvas, na SIC Notícias, em resposta a Mário Crespo depois de instado a comentar o duplo "chumbo" de Fernando Nobre.
Em 35 anos de Assembleia da República é a primeira vez que um candidato a presidente da AR chumba por duas vezes a eleição. Quem renega as suas (supostas) bases, o seu capital humano em prol de outros valores menos Nobres (passe a ironia) não merece outro desfecho.
Safou-se ainda assim o PPC de vergonhas que lhe bateriam à porta futuramente, fruto de um claro erro de casting feito prematuramente.
Portas ganha pontos e deixa claro que o PSD tem de encontrar consensos se quer os 24 votos do PP.
Nobre sai pela porta pequena, contrariando inclusive a sua manifestada intenção de não cumprir o mandato como deputado se não eleito Presidente da AR.
Ganhamos todos com esta não eleição. Que venha o próximo fiambre.
A eleição foi feita por voto secreto, em urna, e decorreu na primeira sessão do Parlamento que saiu das legislativas de 5 de Junho.
Fernando Nobre recebeu, na primeira volta, 106 votos, 101 deputados votaram em branco e registaram-se 21 votos nulos. Dos 230 deputados, votaram 228. Na segunda volta volta recebeu 105 votos, menos um que na primeira.
O candidato do PSD não conseguiu sequer o pleno da bancada que o propôs nas duas votações.
O Regimento da Assembleia da República estabelece que, nesta circunstância, reabre-se o processo de apresentação de candidaturas a presidente do Parlamento.
Se morasse em Lisboa, e depois de ler isto, garanto que não votava PSD de forma alguma.
Fernando Nobre renuncia caso não seja eleito Presidente da Assembleia da República
Para Presidente da AR estou disponível, para cumprir o mandato de deputado não.
Tiros no pé ou Como é que uma pessoa que trazia uma bagagem tão interessante se esvazia como balão...
Fernando Nobre é candidato do PSD à presidência da Assembleia República
"SERÁ, COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, UMA DECISÃO REFLECTIDA, SERENA, SOLITÁRIA, DEFINITIVA E SOBERANA.QUE NÃO PASSARÁ PELA CRIAÇÃO DE QUALQUER PARTIDO POLÍTICO.
E QUE, GARANTO-VOS, EXCLUÍ A MINHA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, NEM COMO INDEPENDENTE, NO ÂMBITO DOS PARTIDOS EXISTENTES, NEM EM ACTUAIS OU FUTUROS GOVERNOS PARTIDÁRIOS."
Que Nobre tem um historial saltitante, não é novidade. Apoia PDS, PS e até BE conforme as caras, alturas e situações. Mas desta vez FN deu mesmo um passo maior que a perna. E pagará bem por ele.
A grande maioria das pessoas que votaram fizeram-no por ser apartidário, apesar de apresentar uma ideologia, sobretudo social, de esquerda. Essas sentem-se neste momento enganadas (basta ver a página oficial para ter uma noção da violência da reacção) e não votarão nele novamente.
Juntam-se a elas as que o acompanhavam e o vêem negar o comunicado de há 1 mês e pouco. Há mudar de opinião e depois há ser salta-pocinhas.
Isto é o que se chama um tiro no pé. Perdeu a aura que o tornava diferente aos olhos da maioria dos seus apoiantes. Com esta escolha e o percurso anterior, recorda subitamente a muita gente o poeta dobra-com-o-vento Alegre, e essa colagem na mente de muitos é péssima para FN.
Como Alegre, Nobre não soube compreender que os votos não eram dele, mas sim do ideal que representava. Esse esfumou-se, os votos leva-os o vento.
"Não estamos a legislar para gentes remotas e estranhas. Estamos a ampliar as oportunidades de felicidade dos nossos vizinhos, dos nossos colegas de trabalho, dos nossos amigos e das nossas famílias e, ao mesmo tempo, estamos a construir um país mais decente. Porque uma sociedade decente é aquela que não humilha os seus membros"
Zapatero